Dois jogaços em perspectiva nos quartos-de-final

A confirmação do apuramento dos holandeses e dos brasileiros, mais do que previsível, faz perspectivar dois jogos fantásticos nos quartos-de-final deste Mundial.
Dois jogos que se pensava poderiam muito bem acontecer numa fase mais adiantada da prova. Inclusivamente na final.
Os duelos entre Argentina e Alemanha, e Brasil e Holanda, têm tudo para ser jogos fantásticos.

Os holandeses apuraram-se graças a uma vitória tranquila frente a uma débil Eslováquia.
Com Arjen Robben de volta à equipa, os holandeses nunca forçaram muito o ritmo, tiveram períodos até de algum alheamento e deslumbramento (o grande defeito da selecção holandesa), mas ultrapassaram facilmente uma selecção eslovaca que só se lembrou do jogar, e arriscar, quase no fim do jogo.
A selecção holandesa tem o perfume do futebol da laranja mecância, perfume que se acentua com a presença de Arjen Robben na equipa.
O primeiro golo é a imagem de marca do genial jogador holandês.
A bola colada ao pé esquerdo, a diagonal da direita para o meio, o remate com o mesmo pé esquerdo para o lado direito do guarda-redes.
Genial também o passe de Wesley Sneijder, ele que viria marcar o segundo golo aproveitando uma desatenção colectiva dos eslovacos (guarda-redes incluído).
Pelo meio, os holandeses poderiam ter resolvido o jogo bem mais cedo.
O maior obstáculo para que tal não se concretizasse foi o guarda-redes eslovaco Jan Mucha.
O mesmo que, com a saída extemporânea da baliza, permituiu o segundo golo holandês.
Do outro lado, Maarten Stekelenburg estava a ter uma tarde absolutamente tranquila até receber dois remates tremendos no espaço de dois minutos, aos quais respondeu com duas grandes defesas.
Na jogada do penálti, que permitiu a Vittek marcar o seu quarto golo no torneio e igualar Higuain, a última jogada do encontro, fico com sérias dúvidas se Maarten Stekelenburg tocou no jogador eslovaco.
Os holandeses estão nos quartos-de-final, vão defrontar o Brasil, num jogo que se prevê possa mostrar o melhor futebol que se está a jogar neste Mundial.
E com alguns dos melhores executantes em campo.
Sim, que do outro lado está uma equipa brasileira, muito "europeia", com grandes jogadores, que ontem goleou facilmente o Chile (3-0).
Os brasileiros não jogam aquele futebol que encantou o Mundo em 1982, são mais competitivos, mais pragmáticos, mais frios e calculistas, mas continuam a jogar um grande futebol e têm jogadores fantásticos.
Ontem, os golos de Juan e Luís Fabiano (35 e 38 minutos) sentenciaram o jogo.
Robinho fechou as contas logo perto da hora de jogo e fez uma exibição extraordinária, ele que não tinha jogado contra Portugal.
E, com Kaká na equipa, o jogo brasileiro é realmente diferente.
Os brasileiros têm uma equipa fantástica, mas aquela defesa terá que melhorar muito para poder parar Robben, Sneijder, Van Persie e Kuyt.
Se não o fizer, os brasileiros poderão provar o veneno holandês.
Que tem sido letal (os holandeses ganharam os jogos todos neste Mundial)

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