Portugal e os outros



A selecção portuguesa confirmou a presença no Mundial de Futebol de 2010, a realizar na África do Sul.
Com uma exibição personalizada, perante uma selecção da Bósnia claramente acessível, para mais amputada do seu criativo Misimovic, a selecção portuguesa controlou o jogo e respondeu sem tremideiras à falta de desportivismo dos bósnios.
Depois dos episódios nada edificantes à chegada, de um campo que será um óptimo batatal, nunca um relvado para a prática de futebol, dos assobios quando a instalação sonora no estádio tocava o hino português, os jogadores portugueses não se deixaram perturbar, mostraram que são superiores, e ganharam o jogo com um golo de Raúl Meireles aos 58 minutos (a crónica do Maisfutebol aqui http://www.maisfutebol.iol.pt/forum---mundial-2010/raul-meireles-portugal-seleccao-mundial-futebol-queiroz/1104203-5216.html). 
No jogo de ontem, Carlos Queiroz optou pelo simples e óbvio.
Quando não se inventa, não se procura ser muito criativo, os resultados aparecem.
A selecção baseou o seu jogo na segurança que a dupla de centrais (Bruno Alves e Ricardo Carvalho) e o médio mais defensivo, Pepe, lhe transmitem.
Pepe tem crescido enquanto trinco, mas continuo a pensar que é uma solução de recurso.
O jogador do Real Madrid é excelente na tarefa de "limpar" a zona à frente da defesa.
Mas é muito mau nas tarefas de transição e construção.
Ou seja, recupera a bola com grande facilidade e classe.
Os problemas começam quando tem que a entregar rapidamente e jogável.
Miguel Veloso assume-se, ou não?


Raúl Meireles, que tem andado um pouco arredio das boas exibições, ontem foi o tal médio que Jesualdo Ferreira diz ser o melhor médio de transições do futebol português.
Inteiramente de acordo.
E coroou a sua exibição com um golo que não vai esquecer (aqui http://www.youtube.com/watch?v=4CNvehLhBLU&feature=player_embedded ).
Ao seu lado, com Deco de fora em virtude de deficiente condição física, Tiago cumpriu o seu papel, foi certinho e ajudou a dar segurança ao meio-campo português.
O trio da frente (Nani, Liedson, Simão) foi o que se espera de jogadores desta estirpe - incisivos, lutadores e criativos.
Pena que não tenha sido assim em toda a fase de qualificação....
Liedson é uma peça fundamental na manobra da equipa.
O "levezinho" começa por pressionar os defesas contrários, não deixando de ser sempre uma ameaça.
E essa ameaça prende a atenção dos defesas adversários, obriga a que um, ou dois, estejam de olho nele, e liberta os criativos que Portugal possui nos extremos.
E aí sobram soluções, que, com espaço, são temíveis (Ronaldo, Simão, Nani, Coentrão; e não há Quaresma porque o Mustang prefere ser idiota a jogar futebol).
Mas há debilidades claras também.
O guarda-redes, que ontem até foi pouco educado (estou a ser simpático), é fraco.
E não há alternativas credíveis.
A lateral direita, sem Bosingwa, fica um pouco à deriva.
Paulo Ferreira está a anos-luz do jogador que era no FC Porto e que continuou a ser no Chelsea.
Claramente em fim de carreira.
Miguel anda distraído com outras matérias, não o futebol.
Pior ainda, o panorama na lateral esquerda.
Não há lateral esquerdo.
Duda é um médio-extremo, uma adaptação.
César Peixoto seria uma hipótese.
No entanto, o jogador do Benfica apresenta, com demasiada regularidade, uma condição física deficiente.
A Selecção portuguesa vai estar no Mundial da África do Sul.
Mas convém não entrar em loucuras como hoje já li.
Há debilidades nesta selecção.
E, para as corrigir, o primeiro passo é reconhecer a existência das mesmas.

E vamos aos outros.
Zona Europa:

A França está vergonhosamente apurada.
Os franceses, com Michel Platini a manobrar, têm muito peso nas estruturas do futebol mundial.
Só assim se compreende a validação daquele golo escandalosamente mentiroso, falso (aqui a crónica do jogo http://www.maisfutebol.iol.pt/2009-videos/franca-rep-irlanda-maisfutebol-futebol-iol-mundial/1104214-4775.html    e o vídeo do golo ) .
A selecção francesa dispõe de jogadores de grande classe, em grande número, mas tem um patético Domenech a comandá-la.
Foi apurada mas, a manter aquele treinador, prevejo que vá fazer um Mundial sofrível.
Um empate (1-1), aos 120 minutos, com o bilhete dado por um árbitro sueco, por certo grande admirador de França.

A Eslovénia eliminou a Rússia.
1-0  no jogo da segunda mão, depois da derrota 2-1 na Rússia, e os eslovenos num Mundial pela segunda vez na sua história.
Os russos, mais experientes, com maior traquejo, mais vedetas, e Guus Hiddink no comando, ficam pelo caminho.

A Grécia, de Rehaggel, foi ganhar à Ucrânia (1-0) e conseguiu a presença na fase final.
Onde Domenech é incompetência, Rehaggel é quase milagreiro.
Sem jogadores extraordinários, o alemão faz da selecção grega uma equipa compacta.
Não brilha, não deslumbra, mas ganha.
E isso é que é importante.
Infelizmente já provámos o veneno destes gregos e conhecemos-lhe bem o sabor...


Zona Africana:

A Argélia derrotou o Egipto na eliminatória da vergonha.
Depois de todos os incidentes no Cairo e em Argel, ontem foram os adeptos que se envolveram em cenas de pancadaria no jogo em Cartum (aqui http://www.maisfutebol.iol.pt/nota­cias/argelia-egipto-madjer-maisfutebol-futebol-mundial/1104181-5199.html ).
Espero bem que sejam castigados e que sejam eliminados logo na primeira fase.



Zona Sul - Americana/CONCACAF:

O Uruguai, mercê do empate com a Costa Rica (1-1) segurou a vaga no Mundial.
O que se esperava, que aqui não houve surpresas, apesar das dificuldades (aqui http://www.maisfutebol.iol.pt/nota­cias/uruguai-maisfutebol-costa-rica-mundial-iol-futebol/1104228-5199.html ).

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