Legalidade e moralidade


Como era de esperar, a Assembleia Legislativa não aprovou a audição de representantes do Governo como meio de esclarecer a questão dos terrenos cedidos à Galaxy na zona nobre do COTAI.
A maioria dos deputados acha preferível, eventualmente, esclarecer o assunto através da Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Terras e Concessões Públicas, ou através de interpelação escrita.
Isto é, muito em segredo, no quentinho da Assembleia, quiçá com umas senhas de presença, e sem levantar grandes ondas publicamente.
Percebo perfeitamente.
Sabe-se lá se, um dia qualquer, um dos senhores deputados não se veria na contingência de ser o visado numa qualquer audição a que esta serviria de precedente....
Mais vale prevenir, não é?

Entretanto, Vong Hin Fai e Tong Io Cheng, cada vez mais semelhantes a Dupont & Dupont, saíram em defesa da legalidade da opção do Governo na concessão à Galaxy nos termos em que a mesma foi feita.
Pois, mas não era a legalidade que estava em causa, pois não?
Encontrar argumentos que, legalmente, justifiquem a opção é muito fácil.
Investimento relevante, sector fundamental da economia, criação de emprego,....quem é que não conhece os temas e a maneira de os desenvolver?
O que estava em causa, se bem percebo, era a moralidade.
Porque é que se atribuiu toda aquela terra, naquelas condições, revistas em favor da empresa, que não cumpre as suas obrigações contratuais, e que diz, de um modo absolutamente descarado, que vai utilizar aqueles recursos para obter o dinheiro de que não dispõe para financiar os seus projectos.
Eram estas questões que deviam ser esclarecidas, cabalmente, e de um modo absolutamente transparente.
Os senhores deputados acharam que não devia ser assim, que não é essa a sua função.
Pois, nós também já percebemos que não é.....

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