Cópia de má qualidade

Quando escrevi aqui no blogue acerca da série Boston Legal, desconhecia a existência desse sub-produto que dá pelo nome de Liberdade 21.
Agora já vi um bocado de um episódio.
Sim, confesso que não resisti a ver um episódio inteiro.
O título, claramente, é copiado da série 30 Rock (o genérico também é muito semelhante).
O enredo pretende ser uma cópia aportuguesada de Boston Legal.
Mas é uma cópia verdadeiramente deprimente.
A António Capelo foi confiada a tarefa monumental de ser um William Shatner português.
O resultado?
Onde Shatner é génio, humor, boa disposição, António Capelo é um Zézé Camarinha endinheirado, de fato caro, irritante, afectado e deprimente.
A Ana Nave dão-lhe o presente (claramente envenenado!!) de ser Candice Bergen.
Não é, nem nada de semelhante.
Não tem o charme, o talento, a força, não encanta a câmara e o espectador.
Albano Jerónimo é assim um dois em um que dá em zero.
Não é James Spader nem Mark Valley, embora se pretendesse que fosse os dois ao mesmo tempo.
O que dali sai é um dandy da Pontinha que quer um dia ser queque.
Rita Lello devia ser Julie Bowen mas tem um desempenho excelente como.......Rita Lello.
Enfim, a esquecer de tão mau e uma experiência claramente a não repetir.
Quem criou a série esqueceu-se que o sistema judicial americano é excitante, é espectáculo, com tudo o que isso tem de bom e de mau.
Em Portugal, o sistema judicial é sonolento e bolorento.
Utilizar casos verídicos do sistema judicial português numa série televisiva é, quase sempre, garantia de bocejo.
Utilizar esses casos para os tentar forçar a um modelo americano é suicida.
Promiscuidade de bom gosto e bom humor em Boston Legal, contrastam com vontade de tomar banho depois da brejeirice de mau gosto de Liberdade 21.
Depois de Ballet Rose pensei que o panorama televisivo em Portugal poderia mudar porque ficava ali provado que era possível fazer séries com muita qualidade em Portugal, com autores e actores portugueses.
Enganei-me.

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